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Roubo

5 DICAS – Perdi o passaporte, e agora?

Não desejo a ninguém a experiência de uma dor de cabeça destas.

Aconteceu no último dia de férias na Itália na cidade de Roma comigo e minha esposa Lisette.

Cinco horas antes da partida do vôo de retorno para o Brasil, após um ótimo café da manhã, malas prontas e fechadas no guarda-volumes do hotel, check-out efetuado e com tempo sobrando, nos dirigimos a estação de trens para conferir o transporte até o aeroporto de Fiumicino.

No curto caminho de volta da estação ao hotel, um grupo de 6 ou 7 senhoras com filhos pequenos (ciganos) nos abordaram e iniciaram um choramingo por esmolas e juntamente com o soluçar, suas mãos nos tocavam em lamurio pedindo ajuda. A situação demorou somente alguns segundos até o ponto que soltei um grito de “basta” e o grupo se dispersou rapidamente. Retornamos ao hotel para buscar as malas conversando sobre a situação inesperada.

No hotel, revirando os bolsos o susto – “cadê os passaportes e o dinheiro?” – bateu o terror – “nos limparam”.

A gerente do hotel nos comentou que é comum o roubo de pertences de turistas por ciganos provenientes do leste europeu. Disse também que a policia combate estes tipos de roubo mas freqüentemente acontecem ou seja, fomos premiados.

Com a indicação da gerente, quatro horas e quinze minutos antes da partida do vôo de retorno, nos dirigimos a um posto da PdS (Polizia di Stato) com malas e bagagens em desabalada corrida. Já imaginava algum gaiato gritando “pega, pega” no meio do corre-corre. O posto localizava-se no trajeto até a embaixada do Brasil a 20 minutos de caminhada do hotel.

Chegando ao posto suando mais que cueca de carteiro, rapidamente uma policial compreendeu nossa situação apesar do meu italiano ter um sotaque dinamarquês e nos entregou um formulário padrão para preencher a ocorrência. Estranhei que o formulário já estava quase completo necessitando apenas de dados pessoais e alguns detalhes. Questionei a senhora que me explicou que este formulário “é o que mais sai” do posto – Pode?

Três horas e cinco minutos antes da partida do vôo, estávamos na gloriosa, lindíssima, nababesca  embaixada brasileira em Roma localizada na Piazza Navona, praça na qual estivemos um dia antes como turistas.

Embaixada Brasileira em Roma
Embaixada Brasileira em Roma

Lógico que o embaixador não estava, mas o vice Consul nos atendeu prontamente. Contamos toda a história singular (para nós) e mostramos a ocorrência policial. O vice comunicou que, com base na ocorrência firmada na PdS, nos daria um “salvo-conduto” para retornarmos ao Brasil. Estávamos salvos…. Até o momento que ele solicitou fotos 3×4 para inserir no bendito salvo conduto.

Duas horas e trinta minutos antes do vôo nos deslocamos a um estúdio fotográfico que havia a duas quadras da embaixada e conseguimos rapidamente as malditas fotografias para o Salvo-Conduto retornando a embaixada para confecção do documento. Guardo uma delas até hoje como lembrança.

Uma hora e dez minutos antes do vôo, com os salvo-condutos na mão, solicitei ao vice Consul um apoio de transporte para o aeroporto pois o dinheiro em euros também estavam nas mãos dos ciganos. Negado………….

Uma hora antes do vôo, na esquina da Piazza Navona, abordei um taxi e expliquei a situação para o profissional do volante. Lembro vagamente que utilizei a mesma ladainha das ciganas pois o rapaz me levou para o aeroporto e aceitou desconfiado os únicos 50 reais que tinha no bolso da calça. Nunca mais vou conseguir aquela lábia de novo.

Mas não acabou ainda. Trinta minutos antes do vôo, no aeroporto ao chegar no balcão da companhia  Aerolineas Argentinas, soubemos que os comissários e pilotos estavam em greve branca e não iriam decolar  os aviões. Após quatro horas de espera, nos colocaram em um vôo lotado da Ibéria com destino ao Brasil.

E como desgraça pouca é bobagem, chegando ao Brasil aguardamos em vão nossas malas na esteira. Foram entregues 3 dias depois e violadas, faltando alguns itens como perfumes e lembranças. Mas isto é outra história.  OBS: Fotografias não são minhas, utilizei somente para dar ênfase a história.

 

Com este relato, ficaram algumas lições para os viajantes de plantão:

  • Sempre leve duas fotografias 3×4 na viagem junto com você, nunca se sabe;
  • Sempre caminhe nas ruas com seu passaporte e valores em dinheiro em uma bolsa colada ao corpo (guaiaca);
  • Se estiveres acompanhado, divida a documentação e o dinheiro com seu/sua parceira;
  • Anote antecipadamente o endereço da embaixada ou consulado do Brasil nos lugares o qual irá viajar;
  • Leve sempre uma cópia do seu passaporte, carteira de identidade, CPF e título de eleitor – Por incrível que pareça, é necessário cópia autenticada para a embaixada.
E agora?
E agora?

 

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