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Os colegas de aventura

30 minutos – TUBARÕES, uma gaiola e você

Quem não fica apreensivo ao ouvir a palavra “tubarão“?

Ela foi mistificada em 1975 em um filme de puro suspense realizado por Steven Spielberg que levou milhares de pessoas as bilheterias dos cinemas e ainda hoje é considerado um clássico da tela grande.

A película baseada em um romance de Peter Benchley com um grupo de atores de primeira linha tais como Roy Scheider, Richard Dreyfuss e Robert Shaw ocasionou muitos arrepios na espinha dos espectadores hoje cinquentões, sobre os perigos destas criaturas.

De todos os animais do planeta, o tubarão branco é considerado o maior predador dos oceanos. Com um peso de quase duas toneladas e podendo chegar a oito metros, é individualista e instável. Seu bote é uma cena única. Este seláquio é capaz de projetar a boca para fora da face aumentando o tamanho da mordida quase sempre mortal.

Pois na África do Sul é possível sentir este arrepio na espinha de uma forma ímpar – Mergulhando com os temíveis brancos.

Saindo de madrugada, um trajeto de aproximadamente duas horas de Cape Town chega-se a Gansbaii. Esta cidade portuária de águas frias é famosa pelas ilhas nas quais as focas descansam em seu itinerário migratório portanto, um restaurante “self-service” para os tubarões.

O grupo
O grupo

Na sede da White Shark Project, a tripulação do pequeno barco nos aguardava. Estávamos em 14 corajosas vítimas. Canadenses, ingleses, americanos, alemães e um brasileiro….

A embarcação
A embarcação

Todos prontos, trajando salva-vidas, lançamo-nos ao mar. Um percurso de 20 minutos e chegamos no ponto de encontro com os tubarões. O local é infestado deles pois além das focas, os barcos de aventura estão sempre lançando peixes no mar objetivando marcar a presença dos bichinhos. Contei uns cinco, sendo que um deles tinha o comprimento da metade do barco.

Após vestirmos equipamentos e roupas apropriadas para as águas frias, sentamos na cabine da embarcação para um briefing de 15 minutos do instrutor antes do mergulho. As instruções foram simples:

  • A gaiola de mergulho comporta até quatro pessoas;
  • Nunca apoiar os pés ou colocar as mãos nas grades. Há suportes internos apropriados para este fim;
  • O tempo de mergulho é de aproximadamente 30 minutos e após a gaiola ser colocada em posição na água não é permitido sair até completar este tempo;
  • Quando o “cara com as iscas” gritar “down”, mergulhe porque o bicho está vindo por baixo. OBS: não esqueça de respirar antes;
  • Se for vomitar, suba, retire a máscara e direcione a cabeça para frente e para baixo. Lembre que a seu lado pode estar um colega de mergulho;
  • Se necessitar de ajuda para sair após o tempo de 30 minutos, levante o braço que um tripulante irá em seu auxílio.
A gaiola
A gaiola

Bem, … estava na primeira leva de quatro “voluntários” e ao entrar na “jaula” já iniciei uma inspeção técnica nas soldas das grades… Notei que uma canadense que ficou ao meu lado expressava uma fisionomia nitidamente de pânico.

Gaiola no mar
Gaiola no mar

O que faltou comunicar no briefing é que o “cara com as iscas” jogava os peixes no mar presos a uma corda com anzol e puxava vigorosamente contra a gaiola. Os tubarões seguiam a isca e batiam violentamente contra a cela.

Putz…, na primeira investida do cardume de tubarões a canadense do meu lado confirmou seu pavor querendo sair, mas a regra três é clara. Foram 30 longos minutos, nem mesmo senti a baixa temperatura da água. A adrenalina estava nas alturas. Eles vinham pela frente, pelos lados, por baixo, um frenesi dantesco de animais maiores que a gaiola.

O cara da isca
O cara da isca
Tubarões brancos
Tubarões brancos

Ao final dos 30 minutos, entre mortos e feridos saímos da cela para a próxima turma. Com o cenário agora completo, alguns da segunda leva e da subseqüente desistiram e só observaram os acontecimentos do navio. Na embarcação, toalhas e pirulitos para recompor a adrenalina nos aguardavam. Lembro de me sentir extremamente cansado.

Somente após retornar em segurança, pude observar o receio e o pavor dos que permaneciam naquele minúsculo espaço gradeado. Haja pirulito…

Tubarões brancos
Tubarões brancos
Frenesi
Frenesi
Frenesi
Frenesi
Toalhas e pirulito
Toalhas e pirulito

Já no continente, antes do retorno a Cape Town, um farto café da manhã nas instalações da White Shark Project, recebi um diploma de participação e um reconhecimento junto à bandeira do Brasil no mural “Wall of Fame“. Considero  que foi uma das sensações mais incríveis que desfrutei nas minhas viagens.

Wall of fame
Wall of fame

Site: http://www.whitesharkprojects.co.za/

 

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