Costumo citar em palestras que os viajantes na sua primeira jornada são inevitavelmente picados pelo mosquito “Aedes Viajantis“, transmissor de uma doença terrível cujos sintomas são o desejo irresistível de conhecer novos horizontes e uma vontade descontrolada de colocar a “mão na mala” e partir. Infelizmente, ainda não há vacinas para esta doença e a forma de amenizar seus efeitos é efetivamente viajar. Você é assim?

Nossa morada azul está em constante transformação. Tecnologias de informação cada vez mais avançadas e acessíveis e uma responsabilidade ambiental sustentável estão tomando forma em todos os cantos do mundo. Consequentemente a forma de empreender uma viagem de turismo também está mudando.

No meio de vários estilos de transformar os sintomas desta doença em realidade, um deles está crescendo rápido e evoluindo a cada dia, são os Flashpackers.

Viajantes Flashpackers estão no meio termo entre os turistas de pacotes e os mochileiros (Backpackers). Querem a maior liberdade de escolha em hospedagem, alimentação e atrações, normalmente engessadas nos pacotes, mas não deixam de lado o conforto e a gama de possibilidade de atividades que os mochileiros não se permitem, devido ao orçamento menor.

Pesquisas identificam que basicamente são pessoas na idade de 30 anos, viajam em grupos pequenos (3 a 4 pessoas – normalmente amigos) cuja experiência não está atrelada exclusivamente ao valor que ela custa pois são financeiramente mais seguros. Procuram um turismo mais personalizado e focado ao seu perfil (escrevi sobre este tema aqui), defendem um turismo ecológico responsável, priorizam o deslocamento em aviões ou trens em detrimento a jornadas longas em ônibus, curtem as iniciativas locais, as comidas de rua, mas não deixam de lado um bom jantar em um restaurante típico ou o conforto da hospedagem em um ambiente simples, modesto, mas limpo, sem música ou cheiro duvidoso em um quarto com beliches estreitos – apesar de existirem atualmente albergues muito bons espalhados pela Europa e Ásia.

Escolhem atividades pouco comuns para turistas habituais, preferindo locais menos rotulados e contato mais estreito com a cultura dos lugares por onde caminham. Em suas escolhas optam pelo inusitado, mas não correm riscos desnecessários.

Diferentemente da maioria dos Backpackers, eles portam câmeras SLR, smartphones, notebooks e procuram uma boa conexão por wi-fi. Caçam experiências únicas, bem como aventuras autênticas e perambulam onde agentes de viagem temem em pisar.

Adequando o seu período disponível para viagem – normalmente 21 dias, eles planejam antecipadamente sua jornada, delineando de forma criteriosa os custos e o formato mais sensato e sem stress para sua aventura.

Se você se enquadra nestas características, parabéns, você é um reflexo dos novos tempos e está em uma nova geração de viajantes, os Flashpackers.