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Estrada Tinerhir

MARROCOS vale a pena? Sim, vale muito a pena!

O Marrocos é comparativamente um pouco menor que o estado brasileiro da Bahia. Localizado no noroeste da África, sua principal religião é o Islamismo e integra uma cultura exótica para os padrões ocidentais capaz de transformar mistérios e segredos em história.

Nossa aventura iniciou na França no final de 2015 no início do inverno europeu. Aproveitando um super desconto em passagens aéreas entre Porto Alegre e Paris pela companhia TAP, a intenção foi de “matar a saudades” de uma filha que estuda na França. Como o intervalo dos vôos (partida e retorno) excedeu os 30 dias na Europa, uma esticada de OITO DIAS até o Marrocos nesta época pareceu-nos um fim de semana na praia. Com um grupo pequeno de viajantes (estávamos em cinco − minha esposa, uma das filhas e um casal parceiro de longos anos), aproveitamos juntos uma semana neste país africano.
Em um vôo curto partido de Paris chegamos a Marrakesh, conhecida como “a cidade vermelha” pela cor predominante do material utilizado em suas habitações. Foi fundada em 1062 por um berber de nome Abu Becre ibne Omar e mantém a cidade amuralhada antiga, ou Medina, que é considerada patrimônio histórico da UNESCO desde 1985.
Av Mohammed V - Marrakesch
Av. Mohammed V – Marrakesch
Hotel Mogador Menara - Marrakech
Hotel Mogador Menara – Marrakech
O crescimento econômico do país vem abrindo novas oportunidades de negócios, Marrakech tornou-se hoje um enorme canteiro de obras. Fora da Medina, a cidade está se ocidentalizando rápido. Curioso observar os visitantes locais quando se deparam na base da escada rolante do único moderno (mas ainda modesto), Menara Mall, inaugurado há poucos meses − uma situação hilária para os citadinos das grandes metrópoles.
Curioso também é o nível de segurança visível pelas ruas onde há policiamento ostensivo − dois militares e um policial fortemente armados que andam sempre juntos. Novos tempos com a ascensão do Estado Islâmico pela África.
Embora o Marrocos esteja acumulado à modernidade do ocidente, ainda mantém suas tradições. Um “Dinner and Show” que não se pode perder é no Chez Ali. Um local que abriga seis mil pessoas com comidas típicas e shows representando os principais recantos deste país e que évisitado por chefes de estado quando em visita a Marrakech.
Nesta cidade, a “jóia da coroa” é a singular praça Jemaa El-Fna localizada no centro da Medina. Aqui durante o dia é um espaço aberto por onde circulam turistas, mercadores, encantadores de serpentes, entre outros. Durante a noite, a magia das “mil e uma noites” toma conta do lugar com centenas de barracas vendendo comidas típicas e exóticas
especiarias.
Foto (139) - Chez Ali - Marrakech
Chez Ali – Marrakech
Foto (140) - Chez Ali - Marrakech
Chez Ali – Marrakech
Chez Ali - Marrakech
Chez Ali – Marrakech
Praça Jemma El-Fna - Marrakech
Praça Jemma El-Fna – Marrakech
Foto (166) - Praça Jemma El-Fna - Marrakech (1)
Praça Jemma El-Fna – Marrakech
Foto (167) - Praça Jemma El-Fna - Marrakech
Praça Jemma El-Fna – Marrakech
Medicina marroquina - Marrakech
Medicina marroquina – Marrakech

Próximo à praça está o imponente minarete de Koutoubia (torre gêmea da Giralda de Sevilla), o esplêndido palácio muçulmano Bahia com destaque para a sala dos embaixadores, a Medersa Ali Ben Youssef (típica escola corânica) e o mausoléu de tum bas Saadian, que atualmente está em restauração − não se pode deixar de visitar, são importantes.

Mesquita Koutoubia - Marrakech
Mesquita Koutoubia – Marrakech
No exterior, mas próximo às muralhas da Medina, o imenso jardim de Menarada é uma opção para caminhar ao ar livre degustando damascos, figos ou outras frutas compradas no mercado.
Percorrendo as modernas estradas deste país, após alguns pequenos vilarejos e cafés pelo caminho, chegamos à Casablanca. Localizada a aproximadamente 300ks de Marrakech é a maior cidade desta nação, predominantemente portuária e considerada o maior centro industrial e comercial do Marrocos. Completamente destruída por um terremoto em 1755, foi alavancada pelos franceses em 1907 que promoveram o seu
desenvolvimento.
Apesar de Casablanca não ser propriamente um destino essencial para visitar no Marrocos, a gigantesca mesquita de Hassan II domina o cenário. Considerada a segunda maior mesquita do mundo, uma visita de uma hora no seu interior impressiona.
Foto (142) - Mesquita Hassan II - Casablanca
Mesquita Hassan II – Casablanca
Mesquita Hassan II - Casablanca
Mesquita Hassan II – Casablanca

 

O souk de Derb Ghallef é um imenso comércio vivo e vibrante que você pode se perder com compras baratas. Uma passagem pelo Rick’s Café, recriado como ambiente do filme com Hunphrey Bogard e Ingrid Bergman também
é um ponto turístico se tiveres tempo sobrando.
Percorrendo 87 quilômetros ao norte, chegamos à cidade de Rabat. Após ter sido classificada Patrimônio Mundial da UNESCO em 2012, Rabat foi recentemente premiada com o segundo lugar dos destinos Top Travel Destinations para 2013 pela CNN. Entre os pontos de destaque da cidade, alguns merecem especial atenção: o Mausoléu de
Mohammed V, localizado na esplanada de Rabat, juntamente com a torre inacabada de Hassan
que está no mesmo sítio. Um passeio no arborizado e relaxante Jardins Andaluzes e na Kasbah dos Oudaias levará você aos caminhos das mil e uma noites.
Mausoleo Mohamed V - Rabat
Mausoleo Mohamed V – Rabat
Jardins Andaluzes - Rabat
Jardins Andaluzes – Rabat

 

Além destes, não deixe de conferir um dos cinco grandes portais de entrada da cidade de Rabet. O Portão dos Ventos é o mais famoso. Percorrendo 220Km para leste entre um chá de menta e um cochil o na Van chegamos a cidade de Fez.
Fes
Fes
Fez é a capital espiritual do reino do Marrocos. No interior desta massa de costumes, as vielas de uma cidade nasce.
O excelente cicerone de nome Abdul que nos acompanhou é professor de espanhol e de história peruana, sendo que por razões econômicas tornou-se guia. Extrovertido e brincalhão não necessitava de esforço para transmitir a magia da cidade e de seus lugares.
Guia - Fes
Guia – Fes
Com ele desbravamos a Medina e o Souk de fio a pavio. Diga-se de passagem, mesmo com uma bússola, um GPS ou um cachorro perdigueiro é impossível encontrar a saída deste emaranhado de mais de DEZ mil apertadas ruelas. Aqui você encontra a essência do Marrocos.
Souk - Fes
Souk – Fes
Um fervilhar de pessoas vendendo e comprando desde artesanatos em madeira de cedro a lesmas vivas para o jantar a noite… Os sons e os aromas se misturam no ar. Conhecemos a fabricação de peças magníficas em couro e metais.
Souk - Meknes
Souk – Meknes
Souk - Fes
Souk – Fes
Souk - Fes
Souk – Fes
Souk - Fes
Souk – Fes
Fábrica de ladrilhos - Fes
Fábrica de ladrilhos – Fes
No curtume de Chaouwara, que está em reformas financiado pela UNESCO, o cheiro de “cocô-chanel”, como os trabalhadores mencionam devido à urina e esterco de pombo utilizados no curtume, é inconfundível. A
reforma irá amenizar e tornar o trabalho mais salubre. Será?
Novo dia e tomamos o rumo de Erfoud. Um percurso de aproximadamente 450km passando por Midelt, Errachidia e uma infinidade de vilarejos no meio do caminho. Almoçamos em um oásis típico, com muitas palmeiras e algumas casas edificadas em barro vermelho.
Estrada para Mildet
Estrada para Mildet
Estrada para Mildet
Estrada para Mildet

Erfoud foi nosso encontro com o deserto do Sahara. Chegando final de tarde, trocamos a Van por um 4×4 em direção à solidão das areias finas.

Sahara

Sahara

Quase anoitecendo, já no deserto fomos recebidos em um acampamento Berber com chá de menta, biscoitos e uma cáfila de dromedários. Após um reconhecimento das instalações, um modesto − mas excelente jantar típico nos aguardava.
Sahara
Sahara

 

A noite, a beira de uma fogueira, entre conversas, brincadeiras e danças sob o manto estrelado do céu do Sahara lembrei com saudades dos tempos de escoteiro. As tendas individuais tinham um relativo conforto, mas as areias do deserto insistiam em se manter em cima delas. Me senti um verdadeiro croquete de padaria ao dormir.

Sahara
Sahara
Sahara
Sahara
Sahara
Sahara
Sahara
Sahara

Antes do alvorecer, trilhamos uma pequena jornada de uma hora em dromedários para vislumbrar o nascer do sol no Sahara. Retornamos no início da manhã para o café e retorno a Erfoud.

Sahara
Sahara
Sahara
Sahara
Novamente na estrada, quase fechando o circuito, 270km até Ouarzazate. No caminho visitamos as impressionantes gargantas do Todra que lembram Petra na Jordânia. Uma parada para o almoço excelente em Inass e chegamos a noite na cidade do cinema.
Estrada Ouarzazate a Marrakech
Estrada Ouarzazate a Marrakech
Gargantas do Todra
Gargantas do Todra
Na recepção do hotel, o gerente nos recebeu sorridente e após algumas conversas nos mostrou com orgulho uma parte de um vídeo no qual foi um figurante importante no filme “O Gladiador”. A cidade é famosa pelos cenários naturais deslumbrantes e figurantes de baixo custo.
Visita obrigatória em Ouarzazate é a Kasbah de Taourirt, cenário de fundo para películas do O Gladiador e Príncipe da Pérsia. Próximo à cidade é necessário uma visita de algumas horas a cidade fortificada de Ait-Ben-Haddou, localizada na antiga rota de caravanas entre o Sahara e Marrakech. Ali foram filmados vários filmes famosos incluindo A Múmia, Indiana Jones, Cruzada, Game of Thrones entre outros.
Ait Ben Haddou - Ouarzazate
Ait Ben Haddou – Ouarzazate
Retornamos a Marrakech, em um trecho de estrada de aproximadamente 200km. Retornamos à praça Jemaa El-F na a noite para um chá de menta nas sacadas do Café Glacier, apreciando o vai e vem de habitantes e turistas entre as barracas de compras.
No final de oito dias, nos despedimos do Marrocos com ótimas lembranças de seu território e seu povo amigável. Retornamos aos braços da França pela cidade de Lyon em um vôo de baixo custo. E aqui começa outra aventura.
IMPORTANTE:
– Ao longo do tempo, irei esmiuçar com informações e dicas esta viagem ao Marrocos em posts menores e específicos;
– A moeda em curso no Marrocos é o Dirhan. Para o turista é mais conveniente o câmbio em euros por ter um deságio menor do que dolares. Não há diferenças significativas nos locais de troca, pois é regulamentado pelo governo;
– A escolha do mês de dezembro para a viagem foi interessante, pois há menos turistas europeus por lá e a temperatura durante o dia é amena apesar das noites um pouco frias, mas nada que um “casaquinho” não resolva;
– A comida marroquina é espetacular. Sabores marcantes e a base de saladas, cuzcuz, cordeiro e frango. Carnes de porco e o álcool são consideradas “haraan” e são proibidas por restrições muçulmanas. Bebe-se muito chá de menta
que é tradicional por lá. Mas cuide onde comer. Alguns locais a higiene deixa a desejar e conheço alguns amigos que passaram mal ao pedir Tajines em lugares duvidosos.
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