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Continente Africano: Aqui nasceu a humanidade

Sempre gostei de viajar, seja como lazer ou a trabalho. Dos recantos mais interessantes e exóticos que tive a oportunidade de conhecer, a Tanzânia e o Quênia, ambos no continente africano, foram alguns dos que mais me surpreenderam.

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Minha aventura neste continente iniciou-se em outubro de 2012 pela África do Sul. Desembarcando na moderna cidade de Johannesburg e com uma conexão rápida no aeroporto, logo embarquei em uma avioneta para um dos parques de animais mais visitados no mundo, o Kruger. Este Parque Nacional, que é maior que o estado de Israel, é uma boa escolha para quem quer fazer um safari de aventura e contabilizar encontros com animais selvagens sem o desprazer das grades de um zoológico.

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Nos três dias que permaneci hospedado em um lodje (hotel temático), tive a sorte de ficar “cara a cara” com todos os “big five”, animais assim chamados desde os tempos dos safáris de caça, pois leões, búfalos, elefantes, rinocerontes e leopardos foram considerados os animais mais difíceis de serem caçados, e atualmente de serem fotografados. Com Henry, o experiente ranger nascido no Quênia que dirigia o jipe, tive a oportunidade de registrar estes animais bem de perto. E atenção, o jipe é aberto.

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Foto (95)Imperdível também é um passeio pelas savanas montado em um enorme elefante africano junto com a manada que acompanha a matriarca. Em um ponto da travessia, o elefante tirou meu chapéu com sua tromba e entregou-o em minhas mãos, demonstrando sua habilidade.

Os safáris noturnos também são um ponto alto. Os animais parecem que “batem o cartão” e trocam de turno. Enquanto alguns caçam durante o dia, outros o fazem durante a noite. Confesso que tive um arrepio na espinha imaginando no escuro, somente com a luz de um tênue holofote, uma leoa pulando para dentro do jipe aberto e fazendo “a festa” com os pobres turistas.

Todas as refeições são feitas no lodge, e diga-se de passagem, são excelentes. Entre uma sopa de tomates e um cozido de carne de antílope, o pessoal da cozinha animava o refeitório com canções e danças típicas.

No quarto dia cheguei a Cape Town que me surpreendeu pela sua modernidade e pela afetividade de seu povo pelos turistas, motivada pelo desenvolvimento urbano para Copa do Mundo de Futebol de 2010 e ainda latente.

Com uma passagem do Redbus é possivel embarcar e desembarcar nos pontos mais interessantes da cidade. Imperdível vislumbrar Cape Town da Table Mountain, passear pelo Waterfront – uma área de estaleiros transformada em shopping, pela Ilha Robben, onde Mandela ficou preso, e deliciar-se com um jantar tipo “dinner and show” no Gold com todas as comidas típicas e shows folclóricos da África do Sul.

Mas a “cereja do bolo” estava reservada para o último dia na África do Sul. Após viagem de duas horas em uma van, um grupo de intrépidos turistas, se aventurou em um mergulho com os temíveis tubarões brancos em Gansbaai. Durante os 45 minutos navegando em barco potente até próximo a uma ilha de focas, fomos informados de uma série de regras para o mergulho. Água a 15 graus, todos com roupas de mergulho, máscaras e coragem, mergulhamos dentro de uma cela, por 30 minutos. Foram os 30 minutos mais longos da minha vida. Os operadores jogam iscas no mar com uma corda e as puxam contra a cela. O cardume de seláquios de 5 metros avançam contra as grades e uma canadense ao meu lado entrou em pânico. O resultado é que alguns valentes da “segunda leva” não mergulharam. A experiência é inacreditável . Ganha-se um diploma e o merecido nome no mural da fama.

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No oitavo dia já estava tomando um avião a Tanzânia. A natureza, por providência divina, tem esculturas monumentais, e a montanha mais alta da África, o Kilimanjaro, vista do aeroporto a seus pés, é espetacular.

A partir do aeroporto e durante todo o restante da viagem, fui acompanhado por um casal de espanhóis de Zaragoza e por um excelente guia de nome Ringo. O jipe, desta vez fechado, com teto inteiro permitindo abrir, continha um bom suprimento de água, um rádio e um…. rifle?????

Quatro horas em direção à Cratera de Ngorongoro e já estava me sentindo como no caminhão do José Wilker no filme Bye Bye Brasil… Sujo, sem ar condicionado, um calor do cão, sacolejando como um saco de batatas e…. pó para todo o lado.

Em Ngorongoro, o lodje (com uma visão fantástica), localizava-se na borda da cratera de aproximadamente 20 km de diâmetro. É um ecossistema peculiar, pois, como a vegetação é rasteira, os animais podem ser vistos ao longe. Enquanto no Kruger, com vegetação alta, viam-se poucos exemplares de animais, nesta cratera eles andam às centenas.

Cruzamos com o jipe no meio de manadas de gnus e zebras. Acompanhei um bando de 20 hienas cercarem e caçarem um búfalo, bem como dezenas de elefantes e suas crias cruzando a planície da cratera.

A cultura do povo muda drasticamente de uma ponta a outra do país, e uma visita a uma aldeia Masai, com seus rituais de danças e saltos, foi o ponto forte desta estadia.

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Seguindo viagem, nossa próxima reserva foi o Tarangire National Park. Os enormes baobás, uma vegetação cor de bronze castigada pelo sol escaldante e os elefantes dominam este parque. Aqui há proliferação da temível doença do sono transmitida pela tsé-tsé. Armadilhas para mosquitos e mosquiteiros à noite são essenciais.

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Em todos os lodges da Tanzânia, bem como do Quênia, a energia elétrica é limitada a algumas horas do dia; portanto, na recepção dos lodges, você recebe as boas-vindas, as chaves do quarto, uma vela e uma caixa de fósforos.

No décimo segundo dia cruzamos a fronteira com o Quênia. Despedimos-nos de nosso amigo Ringo e seguimos com outra equipe de rangers. Na fronteira, parecia que eu ia tomar um ônibus numa estação rodoviária de algum fim de mundo no interior do Brasil. Neste país de contrastes dramáticos, onde os costumes são imutáveis ao longo dos séculos, eles sobrevivem e prosperaram agarrando-se às tradições.

Aqui encontraram restos de uma criatura que teria vivido há seis milhões de anos e representaria, assim, o mais antigo hominídeo já identificado, mas o achado vem sendo questionado por outros cientistas. Convém aguardar os próximos velhos capítulos da história.

Nos dias seguintes, os parques de Amboseli, Lake Naivasha e Masai Mara foram paradas obrigatórias. E realmente, como já me haviam dito, os parques são bem diferentes uns dos outros. Cada um tem sua peculiaridade em relação à vegetação e animais.

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Cheguei na época da migração de gnus de um parque para outro. A visão é surpreendente. No final, as manadas de zebras e gnus já fazem parte do cotidiano da viagem e não damos nem bola…..

No décimo oitavo dia rumamos para Nairobi pela única estrada asfaltada – a Transafricana – que corta a África de norte a sul. Aproveitei as facilidades do hotel para descansar e à noite conheci um exótico restaurante de carnes de caça, o “Carnivore“. Nacos de antílope, avestruz e crocodilo fazem parte do cardápio que não se pode deixar de provar.

No décimo nono dia, último dia no Quênia, pela manhã visitei um berçário para girafas. São criaturas dóceis e amáveis. Lá, assiste-se uma palestra inicial sobre o tratamento destes animais e, após, pode-se interagir com estes gigantes de cinco metros.

Por fim, separei-me dos amigos espanhóis que fiz no caminho e, em um voo a Johannesburg para conexão com o Brasil, despedi-me da África pronunciando as palavras na língua swahili: Kwareri… asante – Adeus e obrigado.

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